O planejamento estratégico é o processo direcionador de uma empresa para o longo prazo. Esse processo abrange a realização de uma análise profunda acerca da situação atual, a definição de uma visão de futuro, a formulação de objetivos específicos e a criação de planos de ação para alcançá-los.
No Agronegócio, o planejamento estratégico ganha ainda mais importância devido à grande influência de fatores externos que podem impactar diretamente o negócio. Além disso, os riscos envolvidos nesse setor são elevados, exigindo uma abordagem estruturada e antecipada para mitigar incertezas e maximizar oportunidades. Assim, a adoção de um planejamento estratégico eficaz torna-se crucial para garantir a sustentabilidade e o crescimento das empresas do agronegócio, mesmo em cenários de alta volatilidade.
Mas afinal, como estruturar um planejamento estratégico efetivo?
Para garantir que o planejamento estratégico seja efetivo e traga os resultados esperados é essencial seguir um processo estruturado.
1 – A primeira etapa consiste em elaborar um diagnóstico do cenário atual, uma das ferramentas utilizadas para isso é a Matriz SWOT (FOFA).
Em primeira análise avaliam-se questões internas à empresa que são:
– Seus pontos fortes, suas FORÇAS, como por exemplo possuir uma unidade produtiva de vários anos com longo histórico de altas médias produtivas;
– Suas FRAQUEZAS, como por exemplo situação financeira de menor liquidez que nem sempre permite a efetivação das compras dos insumos no momento ideal.
Na sequência são avaliadas questões externas à empresa que são:
– As OPORTUNIDADES que ela pode aproveitar perante o mercado, como por exemplo o uso de novas tecnologias na atividade;
– As AMEAÇAS que são fatores externos que podem impactar negativamente no negócio, exemplificando as recentes mudanças climáticas e seus impactos no ciclo de chuvas.
Esta etapa permitirá ao produtor avaliar seu negócio de forma muito ampla e ter a compreensão acerca do grande impacto que fatores externos têm sobre seu negócio.
2 – Em uma segunda etapa devem ser definidos os princípios que nortearão a empresa:
- Missão – onde devemos definir o projeto para a existência da empresa, o motivo pelo qual ela exerce suas atividades;
- Visão – informa onde a empresa pretende chegar em um determinado espaço temporal;
- Valores – referem-se às crenças que devem orientar a todos que estão ligados a empresa;
- Propósito: Alguns pesquisadores referenciam o propósito como novo ponto de estratégia para engajamento interno e motivador externo de relação da marca com o mercado, é uma peça fundamental da identidade e da estratégia de negócio.
Agora fica a pergunta, por que fazer isso em sua fazenda? Um dos principais resultados desta etapa está ligado a seus colaboradores que tomam conhecimento claro acerca dos objetivos e valores da empresa, tornando-os mais engajados ao negócio e permitindo que todos os departamentos trabalhem em prol de um objetivo comum.
3 – A próxima etapa envolve a elaboração de um plano de ação que consiste em estabelecer os objetivos e metas de forma a garantir que estes respeitem os cinco critérios denominados “SMART”, ou seja, estes devem ser específicos, mensuráveis, alcançáveis, realistas e temporais.
Exemplo de metas que obedecem a estes critérios:
Objetivo: Consolidar e melhorar a geração de caixa do negócio
- Meta 1: Investimento de R$ 50 MM em máquinas e implementos na Fazenda Maria ao longo dos próximos 5 anos para melhorar o parque de máquinas, em consequência aumentar produtividade e reduzir custo de manutenção.
Responsáveis:
- Financeiro: viabilizar financiamento com recurso subsidiado;
- Equipe técnica: avaliação de quais máquinas e equipamentos devem ser adquiridos e quais devem ser vendidos.
Em síntese, é essencial que o plano de ação demonstre claramente qual é o ponto final desejado, o passo a passo e responsáveis por sua execução e também deve estar alinhado a capacidade financeira da empresa.
4 – Como última etapa deve ser realizado o monitoramento do plano, acompanhando e mensurando seus resultados.
Embora esta seja a última etapa, esta é essencial para a continuidade do processo uma vez que a empresa está situada em um ambiente dinâmico e por isso, o planejamento estratégico deve ser adaptável às mudanças internas e externas, garantindo a sustentabilidade no longo prazo.
A implementação de um processo de auditorias interno pode ser a chave para que as medições de resultados avaliem a real entrega de valor de cada objetivo estratégico.
O planejamento estratégico integrado com o planejamento financeiro
Um dos pilares de um planejamento estratégico bem-sucedido é a sua conexão com o planejamento financeiro e no agronegócio isso não é diferente. Um planejamento financeiro bem estruturado deve estar em total sintonia com objetivos e metas traçados no planejamento estratégico.
Confira abaixo algumas das maneiras para que essa integração possa ocorrer:
- Projeção de fluxo de caixa e alocação de recursos de forma eficiente e que priorize as áreas do negócio que oferecem maior retorno estratégico e financeiro;
- Gestão de riscos e planejamento de ações de contingência;
- Monitoramento e ajustes estratégicos baseados no desempenho financeiro;
- Melhor planejamento de investimento, identificando o momento ideal para expandir as operações.
Tenha o apoio para o desenvolvimento de um planejamento estratégico efetivo
Um planejamento estratégico bem elaborado, quando integrado ao planejamento financeiro, é uma ferramenta poderosa para garantir o sucesso no seu negócio.
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No agronegócio, especialmente devido às suas características e dependência de fatores externos, como condições climáticas, flutuações de mercado e políticas governamentais, a gestão financeira se destaca como um dos pilares fundamentais para garantir a continuidade e o sucesso do negócio de forma sustentável e a longo prazo.
Nesse contexto, a gestão financeira, integrada a uma estratégia de gestão da continuidade, não só mantém as operações diárias em equilíbrio, mas também assegura que a empresa esteja preparada para enfrentar desafios futuros, se mantendo competitiva e resiliente diante das adversidades.
O que é gestão da continuidade?
Antes de continuarmos, é importante ter uma visão geral e clara do que é a gestão da continuidade, para que só assim se torne claro como a gestão financeira está diretamente ligada ao tema.
A gestão da continuidade refere-se à capacidade de uma empresa de manter suas operações essenciais funcionando, mesmo diante de interrupções ou crises. No agronegócio, essa continuidade pode ser desafiada por uma variedade de fatores e como exemplo temos: secas prolongadas, aumento nos custos de insumos, ou mudanças nas políticas comerciais que afetam a exportação e importação de produtos.
A continuidade, portanto, não se trata apenas de sobrevivência, mas também de adaptação e inovação para prosperar em um ambiente em constante mudança.
Desta forma, podemos dizer que empresas que investem na gestão da continuidade desenvolvem estratégias para identificar e mitigar riscos e recuperar-se rapidamente de crises.
E como a gestão financeira impacta na continuidade do negócio?
Para que as empresas possam executar as estratégias de continuidade de forma efetiva, a gestão financeira se apresenta como uma grande aliada, permitindo que as empresas estejam preparadas financeiramente para enfrentar os momentos de incertezas e aproveitar as oportunidades de crescimento.
Abaixo, confira alguns dos principais aspectos da gestão financeira que impactam diretamente na continuidade do negócio:
1. Planejamento financeiro e orçamentário: essencial para prever cenários adversos e a estabelecer reservas financeiras para enfrentar crises, permitindo que a empresa mantenha o controle sobre suas finanças, mesmo quando as receitas são impactadas por fatores externos.
2. Gestão de fluxo de caixa: contribui diretamente para que a empresa tenha liquidez suficiente para cobrir despesas operacionais, mesmo em períodos de baixa receita.
3. Controle de custos: a gestão financeira permite identificar áreas onde é possível reduzir custos sem comprometer a qualidade ou a produtividade.
4. Reserva de recursos: possuir uma reserva de recursos destinada a emergências permite ao produtor ter a tranquilidade de uma salvaguarda financeira para tomada de decisões em situações adversas.
5. Controle do passivo: acompanhar o nível do uso de recursos de terceiros (alavancagem) vislumbrando o equilíbrio é algo essencial para a longevidade e a adequada gestão financeira proporciona este acompanhamento.
6. Análises mais assertivas: proporcionar ao produtor relatórios financeiros precisos, inclusive com acompanhamento de indicadores, é algo extremamente valioso para que ele realize suas análises e, consequentemente, tome decisões mais assertivas.
7. Acesso a crédito: a gestão financeira ajuda a empresa a manter uma boa saúde financeira e também a apresentar-se melhor aos agentes financiadores, o que torna o produtor um cliente qualificado e preferencial, inclusive, em momentos de crise.
Aplicando a gestão financeira na continuidade do negócio
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